TRAJETÓRIA
Formado originalmente em Manaus, o Supercolisor arrancou elogios do público e da crítica especializada com seu primeiro disco, Paranormal Songs (2012), fincando seu espaço na vasta cena independente da música brasileira. Essa estreia rendeu à banda uma extensa circulação pelo Brasil nos dois anos seguintes, cativando ouvidos atentos.
Zen Total do Ocidente (2015), segundo álbum, ampliou os horizontes da banda, reforçando a forte recepção por parte do público e da mídia. De lá para cá, mais circulação e mudanças importantes: agora o Supercolisor está fixado em São Paulo e a formação atual, para além dos fundadores manauaras Ian Fonseca (voz, piano) e Natan Fonseca (bateria), inclui o parisiense Jérôme Gras (baixo) e o florianopolitano Henrique Meyer (guitarra).
Até o fim de 2019 a banda encontrava-se no meio de uma rotina intensa de shows. Com o advento global da pandemia, paralisaram-se as apresentações e um novo disco começou a tomar forma diante do público, sendo revelado aos poucos na forma de singles com videoclipes inéditos lançados ao longo de todo o ano de 2020. Essa foi a preparação do terreno para que o álbum fosse integralmente lançado em fevereiro do ano seguinte.
O NOVO ÁLBUM
Viagem ao Fim da Noite (2021) tem produção musical assinada por Ian Fonseca e Jérôme Gras, e traz a participação de convidados que formam um elenco poderoso: Tuyo, Mauricio Pereira, Leo Fressato e Victor Meira adicionam profundidade ao escopo sônico da banda. O disco foi mixado e masterizado por Bruno Giorgi e teve a colaboração de artistas de diversas linguagens estéticas nos seus 7 videoclipes, ampliando conceitos narrativos e somando camadas interpretativas ao material, o que fez do disco uma celebração coletiva a partir da sobreposição da música às artes visuais, plásticas, à atuação e à dança.
Na sonoridade, o Supercolisor segue expandindo sua canção urbana com influências que vão de Caetano Veloso a Radiohead. A banda reafirma a tradição do cancioneiro popular brasileiro, usando-o como referência central através da escrita meticulosa de Fonseca e Gras. Suas canções permitem uma vasta gama de experiências auditivas, agradáveis ao ouvinte despretensioso e recompensadoras ao audiófilo; em ambos os casos, provavelmente uma trilha sonora bem-vinda pra dias carentes de mais poesia e catarse.
— Izabela Costa