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Direto e sem rodeios, como manda a cartilha do bom e velho Rock n' Roll, mas repleto de personalidade, Ado trás o sotaque do interior de Minas Gerais para fazer um som extremamente autêntico, onde funde em suas letras, desde vivências muito peculiares de sua raiz, até críticas ácidas contemporâneas. Riffs, letras e groove repletos de originalidade, com vozes rasgadas e solos vindos de sua guitarra blues-rock no melhor estilo setentista, a sonoridade funde o vigor do mais puro Rock'n Roll com o cheirinho de café coado.
Bem na lata! Como dois e dois são quatro, o conceito do preto e do branco é explícito no som. O preto e o branco andam lado a lado, assim como suas canções à sua vida. Os lados opostos das duas cores, o claro e suave, paralelo ao escuro e denso, em uma luta constante entre coisas diferentes: Bem e mal, amor e guerra, preto e branco, bicho e gente, pobre e rico, claro e escuro, noite e dia, corpo e mente.
Geminiano típico, com suas bipolaridades e interiorano que mora na capital, sua música une o soul e o rock, o sagrado e o profano, os graves e os agudos, o masculino e o feminino, o tudo e o nada, todos em um só lugar, se fundindo em pequenas porções de cada, mostrando que sempre existirá fel no mel, assim como o contrário também.
(Paulo Valle – músico, compositor, fotógrafo e comunicólogo)