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Rasgaí

O Rasgaí é um podcast que fala sobre ciência. O foco é nos estudos que tratam sobre demografia e população. Episódios curtos, com cerca de 15 minutos, trazem discussões diretas e objetivas sobre essa área de conhecimento. O Rasgaí é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Produtor/Editor: Ricardo Ojima (twitter: @ricardoojima). Rasgaí: expressão regional; gíria; verbo usado para pedir que o outro fale algo numa conversa. - Tenho uma coisa para te contar. - Rasgaí!

Músicas

Uma das oportunidades que se abre quando a gente está desenvolvendo uma pesquisa de doutorado é a possibilidade de passar uma temporada fora do país. A Capes, que é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, um órgão vinculado ao Ministério da Educação, tem um programa de bolsas específico para essa atividade. Esse programa é chamado PDSE “Programa Doutorado Sanduiche no Exterior” e abre anualmente seleção para que pesquisadores que estejam realizando doutorado no Brasil possam passar uma temporada de no mínimo 6 e no máximo 10 meses fora do país. É uma possibilidade importante para o que se costuma chamar de internacionalização da pesquisa científica brasileira. Contribui para estreitar laços de colaboração científica já existentes entre instituições brasileiras e do exterior ou mesmo criar novas conexões entre os grupos de pesquisa. Mas para além disso, trata-se de uma oportunidade excelente para o processo formativo do doutorando, pois permite experimentar rotinas de pesquisa, estruturas institucionais e, principalmente, novas culturas. O episódio traz uma conversa com o Leandro Basílio Jr., que é doutorando do PPGDem e, no ano passado, concorreu ao edital do PDSE e foi selecionado para passar uma temporada em Lisboa, Portugal. Ele está desenvolvendo sua pesquisa de doutorado no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT) e nos contou como foi o processo de seleção e como está sendo sua experiência.

29/05/2023 • 15:01

A pandemia da Covid-19 trouxe muitos transtornos e perdas irreparáveis, mas também pudemos tirar muitos aprendizados. É preciso refletir sobre esses momentos de crise para poder aprender como se deram suas dinâmicas e, por fim, entender o que podemos fazer para minimizar e melhor responder à futuras crises que virão. Por isso, o Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN está desenvolvendo um projeto que conta com financiamento de agências de fomento. Um na parceria da FAPERN (Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN) com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); e outro em um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os dois projetos envolvem docentes e discentes do PPGDem para estudar as dinâmicas demográficas e o impacto da pandemia na região do semiárido setentrional, a porção mais ao norte da região mais seca do Nordeste. O objetivo é avançar na compreensão dos impactos da COVID-19 no acúmulo de condições desfavoráveis na população dessa região que tem taxas de crescimento populacional baixas e com relativa perda de participação na população na região Nordeste. O Semiárido Setentrional apresenta baixos indicadores sociais, econômicos, de saúde, educacionais, entre outros. Fatores como mercado de trabalho, saúde, infraestrutura, migração e mobilidade já se constituíam como desafios para o desenvolvimento regional antes da pandemia e poucos estudos focam no contexto demográfico da região. Assim, o episódio de hoje traz uma pesquisa de mestrado que foi desenvolvida dentro deste recorte de pesquisa. A Rislene Katia de Sousa defendeu sua dissertação de mestrado em 2022 e analisou o contexto do mercado de trabalho antes e depois da pandemia da Covid-19 na região do semiárido setentrional. Confere os resultados completos da dissertação aqui: "O mercado de trabalho no Semiárido Setentrional na pandemia da COVID-19"

21/05/2023 • 19:59

A demografia, enquanto campo de estudos que se debruça sobre a natalidade e fecundidade, tem um olhar crítico, analítico e ao mesmo tempo técnico sobre a maternidade. Faz parte das análises entender as condições e características sociais, econômicas e contextuais da maternidade. Mas o que dizer da relação entre maternidade e carreira acadêmica? Ser pesquisadora e ser mãe são esferas da vida independentes e contraditórias? Somente a poucos anos, a plataforma Lattes, principal sistema de informações e dados de pesquisadores brasileiras, adicionou um campo para o registro de licenças-maternidade. E só este ano, em 2023, a Plataforma Sucupira, usada para inserir os dados da pós-graduação brasileira, passou a incluir afastamentos relacionados a licenças parentais. São conquistas importantes, claro, mas que demonstram como o caminho para o maior equilíbrio de gênero no ambiente acadêmico ainda é longo. Para contribuir com esse movimento e na esteira desses debates, o Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN organizou uma roda de conversa com pesquisadoras mães. São docentes, discentes e egressas que experimentam o desafio de ser mães e pesquisadoras ao mesmo tempo. Um momento de trocas de conversas sobre os desafios e perspectivas para a busca de maior equilíbrio nas relações de gênero no ambiente acadêmico, em especial, quando o assunto é a maternidade. A atividade ocorreu nessa sexta-feira, dia 12 de maio de 2023. Portanto, o episódio de hoje do Rasgaí é especial sobre o dia das mães e traz um resumo de como foi esse momento de reflexão a partir dos depoimentos de algumas das participantes. Para saber mais: DECRETO Nº 21.366, DE 5 DE MAIO DE 1932, Declarando que o segundo domingo de maio é consagrado às mães. Mulheres não são melhores em multitarefas. Só trabalham mais Parentalidade e carreira científica: o impacto não é o mesmo para todos

14/05/2023 • 24:02

Este episódio apresenta os resultados da tese de doutorado do Herick Cidarta Gomes de Oliveira. Ele observou os efeitos do Programa Bolsa Família sobre a defasagem escolar de mães adolescentes utilizando um banco de dados compartilhado pela cooperação do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN com o Cidacs/FioCruz-BA. A "Coorte dos 100 milhões de brasileiros" é uma base de dados longitudinal onde as informações não se referem apenas a um momento no tempo, mas acompanha as pessoas através do tempo. No caso da pesquisa do Herick, o evento específico foi a natalidade entre meninas adolescentes e o foco foi analisar como o fato dela já ser beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF) poderia afetar o seu desempenho escolar diante da gravidez e a maternidade. Os resultados mostraram que, para as mães adolescentes que já eram de famílias beneficiárias do PBF, há uma menor incidência de defasagem escolar em comparação com meninas que eram de famílias não beneficiárias e com as mesmas características sociodemográficas. Um efeito protetor do PBF que foi mais relevante para meninas residentes no Semiárido do que aquelas da região Nordeste ou da média do país. Há outras análises e resultados interessantes que o Herick comenta no episódio. Os resultados completos podem ser acessados na tese de doutorado do Herick que está disponível no repositório da UFRN.

08/05/2023 • 17:29

A mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil é um fenômeno importante a ser estudado, pois é a segunda causa de morte entre pessoas jovens, perdendo apenas para as mortes por violência. Esse é um tema relevante de pesquisa para diversos campos de conhecimento, entre eles a demografia, uma vez que envolve de forma direta ou indireta os componentes da dinâmica demográfica de modo claro. O primeiro e óbvio fator é a mortalidade. Mas envolve entender também como a população se desloca no espaço e, de forma mais indireta, tem a ver com a mudança na estrutura etária da população decorrente da transição demográfica. Diante disso, este episódio apresenta os resultados da dissertação de mestrado da Emilly Lindolfo de Souza. Ela desenvolveu a pesquisa sobre os acidentes de trânsito e consumo de álcool nas rodovias federais do Rio Grande do Norte, analisando o período de 2007 a 2019, com dados da Polícia Rodoviária Federal. Com isso, ela obteve um perfil demográfico relacionado à esse tipo de ocorrência e contribui para que ações de políticas públicas possam ser mais focalizadas e efetivas.

02/05/2023 • 16:00

As migrações ocorrem em diferentes contextos socioeconômicos e em cada um deles as características dos migrantes são afetadas. As migrações associadas ao avanço das fronteiras agrícolas ou da mineração e garimpo costuma atrair mão de obra masculinizada e com idades mais maduras. Em outros contextos, as mudanças de endereço envolvem o grupo familiar todo e há impactos importantes na rede familiar, principalmente quando a migração é compulsória em razão do emprego de um dos membros da família. Um exemplo é a mobilidade compulsória que existe dentro de algumas carreiras como, por exemplo, os militares da União. Nesse episódio vamos conversar com a Cinthyonara Targino Pereira. Ela defendeu uma dissertação de mestrado em demografia na UFRN e, baseado nessa pesquisa, publicou o artigo "Migração e atividade econômica das esposas de militares da União e de trabalhadores dos setores público e privado no Brasil em 2010" na Revista Brasileira de Estudos de População onde discute a migração e a atividade econômica das esposas de militares da União e compara a situação com trabalhadoras civis dos setores público e privado. A dissertação da Cinthyonara Pereira pode ser acessada no repositório de teses e dissertações da UFRN clicando AQUI.

24/04/2023 • 16:00

Neste episódio conversamos com o autor da primeira tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN. A defesa de tese do Victor Hugo Diógenes ocorreu em novembro de 2022 e tratou sobre um tema bem atual: a relação entre população, meio ambiente e consumo. É muito comum ouvir nas conversas do dia-a-dia, no senso comum, uma percepção simplificada e até ingênua sobre a relação população e meio ambiente. É comum que a discussão sobre o crescimento populacional afetando o meio ambiente, produção de alimentos ou desenvolvimento econômico esbarre numa visão fatalista que recupera o postulado de Thomas Malthus de que é preciso controlar o crescimento populacional para garantir a sobrevivência da humanidade. Os dados preliminares do Censo Demográfico 2022 já confirmam que o ritmo de crescimento da população brasileira está bem baixo. Outros países do mundo já apresentam taxas de crescimento populacional negativo e o Brasil segue a mesma tendência. É esperado que a população comece a decrescer antes do meio deste século. Mas será que as condições ambientais vão melhorar depois que a população brasileira começar a decrescer? A pesquisa desenvolvida pelo Victor joga um pouco de luz nessa discussão a partir da inclusão da variável consumo na discussão sobre a relação população e meio ambiente. Particularmente, ele analisou se há efeitos diferentes no padrão de consumo de energia elétrica de acordo com a idade das pessoas, da período em que analisamos esse consumo e a coorte de nascimentos das pessoas. Ou seja, nesse último aspecto, analisa-se se o ano que a pessoa nasceu exerce alguma influência no padrão de consumo de energia elétrica. Para acessar a pesquisa do Victor Hugo Diógenes, clique aqui.

17/04/2023 • 15:59

É sempre muito dificil escolher os caminhos de investimento em formação. Há uma certa insegurança na escolha de uma pós-graduação stricto sensu, pois é um investimento de tempo e energia de médio e longo prazo. Nem sempre há bolsas de pesquisa suficientes e, mesmo quando existem, os valores nem sempre são suficientes para garantir integralmente a subsistência sem um adicional de alguma economia guardada ou apoio familiar. Em geral a pós-graduação stricto sensu exige dedicação integral e exclusiva e isso o torna quase que inviável para muitas pessoas. Para ajudar nessas escolhas, criamos essa série especial “Egressos” dentro do nosso podcast. O que buscamos nessa série especial é mostrar as trajetórias profissionais dos egressos. Queremos saber o que estão fazendo e o que a formação em demografia contribuiu com a atividade profissional onde atuam hoje. Enfim, uma forma de mostrar caminhos possíveis para tornar a escolha menos solitária. A conversa deste episódio foi com a Anna Karoline Rocha Cruz. Ela fez o mestrado em demografia na UFRN e depois seguiu para um doutorado na mesma área na Unicamp. Hoje ela é professora universitária no Amazonas e incorpora nas suas aulas o conhecimento que acumulou ao longo da trajetória. Mais que isso, ela transitou entre o campo da economia, sua formação de base, e passou para a demografia estudando os povos indígenas. Um grupo populacional importante e que demanda estudos com essa perspectiva demográfica cada vez mais.

10/04/2023 • 10:55

A região nordeste sempre foi uma região de perdas migratórias, ou seja, considerando quem migrou pra outras regiões e quem chegou de outras regiões, o saldo sempre foi mais negativo para o Nordeste. De modo geral, os migrantes estão em busca de melhores oportunidades econômicas e melhores condições de vida. Com isso, a mobilidade espacial resumidas nas migrações sempre esteve relacionada de alguma forma à mobilidade social e o sucesso de quem migra é medido, em grande parte, pelo sucesso na ascensão social dos migrantes. Mas será que essa relação entre migração e mobilidade social ascendente é igual para todas e todos? O episódio discute os resultados da pesquisa de mestrado do Demétrius Monteiro que teve como tema os efeitos da interseccionalidade de gênero e raça na mobilidade social dos emigrantes com origem no Nordeste brasileiro. Os resultados completos podem ser acessados no link abaixo. RODRIGUES, Francisco Demetrius Monteiro. O efeito da interseccionalidade de gênero e raça na mobilidade social dos emigrantes com origem no Nordeste brasileiro. 2021. 93f. Dissertação (Mestrado em Demografia) - Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.

02/04/2023 • 16:30

O episódio 4 da terceira temporada apresenta um resumo dos primeiros resultados de um projeto desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN em parceria com diversas instituições de pesquisa, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Prefeitura Municipal de Mossoró (RN). O projeto tem como objetivo subsidiar ações de qualificação, planejamento e informação para a gestão pública municipal a partir de uma perspectiva interdisciplinar em Mossoró na direção de entender os impactos diretos e indiretos da pandemia da Covid-19 no município. Vai além, buscando realizar uma análise prospectiva e de futuro para o planejamento de ações voltadas à melhoria das condições de saúde e qualidade de vida no município. A pesquisa que teve início no segundo semestre de 2022, encontra-se em fase de análise dos resultados preliminares, mas ainda está em desenvolvimento a partir da coleta de informações essenciais sobre o sistema de saúde e dos trabalhadores e suas condições. Neste episódio conversamos com Marcos Gonzaga e Flávio Freire, ambos docentes do PPGDem e coordenadores de dimensões estruturantes do projeto. Além disso, também conversamos com o Diretor Executivo de Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró, Richardson Grangeiro, que tem sido o contato de articulação das ações do projeto pela Prefeitura Municipal de Mossoró. Para saber mais sobre as divulgações anteriores e futuras do projeto, consulte o nosso site (demografiaufrn.net).

26/03/2023 • 33:59

O episódio traz uma conversa com Denise Pimentel. Ela defendeu a dissertação de mestrado em demografia na UFRN e a pesquisa fez uma caracterização do comportamento reprodutivo na Região Nordeste em um contexto de baixa fecundidade. A pesquisa da Denise teve como objetivo analisar como se deu essa queda dos nascimentos considerando as diversas características das mulheres nordestinas com base nos dados dos censos demográficos de 2000 e 2010. A dissertação completa está disponível para download no repositório institucional da UFRN e pode ser acessada pelo link abaixo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/26167

19/03/2023 • 20:59

Neste episódio 2 da terceira temporada do Rasgaí, conversamos com a Angela Thais Araujo de Almeida. Ela defendeu a dissertação de mestrado em demografia no Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN em 2021 e o tema da pesquisa foi a mobilidade espacial e o acesso à educação básica entre jovens com deficiência na região Nordeste. O trabalho se insere no debate sobre avanços e retrocessos que cercam o tema nos anos recentes. O direito fundamental ao acesso à educação para pessoas com deficiência perpassa diversos aspectos e, entre eles está a questão da mobilidade espacial. Poucos trabalhos científicos abordam a mobilidade dessa parcela da população. Quais são os desafios e condições impostos para essas pessoas em termos de deslocamentos e acesso à educação. O objetivo da pesquisa foi comparar estudantes com e sem deficiência para conhecer o perfil do estudante com deficiência e verificar quais diferenças se apresentam em termos de mobilidade em direção às escolas da região Nordeste. A dissertação na íntegra pode ser acessada aqui: "Mobilidade espacial e acesso à educação básica: estudantes com deficiência na região Nordeste".

12/03/2023 • 17:58

Em 2023 daremos continuidade aos episódios tradicionais sobre resultados de pesquisa e também à série de conversas com nossos ex-alunos. Colegas pesquisadores que passaram pela nossa pós-graduação e hoje já estão em outras atividades profissionais. E, neste primeiro episódio da terceira temporada, conversamos com o Tiago Nascimento. Tiago concluiu o mestrado em demografia na UFRN em 2015 e vamos saber o que ele anda fazendo, por onde esteve desde que saiu daqui e quais as lembranças que guarda da sua experiência aqui no PPGDem. Coloca seu fone e ouça nosso podcast. Você pode saber mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Demografia na nossa página (www.demografiaufrn.net) ou acompanhar tudo que tem de novidade na área através das nossas redes sociais. Estamos no Facebook, Twitter e Instagram no @ppgdem e também no Youtube no canal /demografiaufrn. Confere lá.

06/03/2023 • 12:56

A formação em nível de pós-graduação muitas vezes confunde, pois há algumas modalidades diferentes com algumas características particulares. É muito comum ouvir as pessoas falando: “fiz uma pós” ou “vou fazer uma pós”, mas nem sempre se trata da mesma coisa. A pós-graduação é um nível de formação que, claro, exige que vc tenha feito uma graduação anteriormente. Isso é o que há de comum, mas depois podemos ter a pós-graduação lato senso e a pós-graduação stricto senso. O primeiro é o que costumamos chamar de especialização e tem um caráter prático-profissional e busca promover a especialização técnica ou treinamento nas partes de que se compõe um ramo profissional ou científico. Tem duração mínima de 360 horas, ao final do curso o aluno obterá certificado e não diploma. A pós-graduação stricto sensu compreende programas de mestrado e doutorado e ao final do curso o aluno obterá grau acadêmico e diploma. Diferentemente das especializações, os cursos de mestrado e doutorado tem um caráter regular dentro das instituições de ensino, ou seja, precisam ter turmas com ingresso regular. Na rotina da formação na pós-graduação stricto sensu o discente passa por disciplinas formativas e depois desenvolve outras habilidades, como docência e pesquisa. Ao final do processo de formação, para obter o título, o aluno precisa defender uma dissertação, no caso do mestrado, e uma tese no caso do doutorado. E os prazos regulares são de 2 e 4 anos, respectivamente. Muitas vezes pode ser um processo de formação árduo e extenuante devido aos elevados níveis de exigência e prazos, mas nem sempre é assim. Depende do contexto e do ambiente que se constrói. No episódio 9 da segunda temporada do Rasgaí, conversamos com o William Mendonça de Lima que concluiu seu mestrado em 2015 aqui na Pós-Graduação em Demografia da UFRN e depois seguiu e já concluiu o doutorado também em demografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele contou pra gente como foi a sua experiência e nos deu um exemplo de como podemos ajustar qualidade e rigor na produção científica e acadêmica sem necessariamente sermos reféns dessa cobrança. Para ele, o mestrado foi um período agradável da vida. Créditos: Produção, edição e apresentação: Ricardo Ojima (PPGDem/UFRN) Trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

19/05/2022 • 18:19

Os três componentes da dinâmica demográfica são: nascimentos, mortes e migrações. Cada um tem a sua complexidade para ser estudado e cada um apresenta interfaces com teorias e contextos socioeconômicos distintos, o que induz a formação do demógrafo para uma abordagem interdisciplinar. Embora a migração seja um fenômeno muito popular, pois quase toda pessoa conhece ou tem uma história de trajetória migratória para contar, do ponto de vista do estudo científico há elementos técnicos que dificultam sua análise. Um dos aspectos que o diferem dos nascimentos e das mortes é que ele pode acontecer mais de uma vez na trajetória de um mesmo indivíduo. Além disso, a forma de se mensurar e estimar a migração de modo direto depende de se poder perguntar para as pessoas sobre as etapas migratórias da sua vida. Por isso, em grande medida, os Censos Demográficos são fontes de dados importantes para o estudo dos volumes, fluxos e características da migração. Mas os censos ocorrem em intervalos de tempo muito distantes. Além disso, os quesitos (ou perguntas) que são feitas para se captar a migração dependem da memória das pessoas entrevistadas, da sobrevivência das pessoas que migraram no intervalo entre um censo e outro e da precisão dos entrevistadores em registrar as informações. Mais que isso, o próprio conceito do que é ser migrante precisa ser definido claramente. Apesar de parecer óbvio, definir quem é migrante depende de alguns recortes. É preciso considerar mudança de residência habitual, limites político-administrativos, tempo de residência, entre outros. Uma análise da qualidade das informações sobre migração num censo demográfico foi desenvolvida pela dissertação de mestrado do Mussagy Ibraimo. Ele concluiu o mestrado em demografia aqui na UFRN em 2022 com a pesquisa: “Dinâmica migratória e avaliação dos quesitos censitários sobre migrações internas e internacionais em Moçambique: uma análise a partir do censo 2017”. Mussagy trabalha no Instituto Nacional Estatística (INE) de Moçambique e é por isso que sua pesquisa se debruça sobre os dados do Censo Demográfico moçambicano. Mas ele não fez apenas uma análise da qualidade dos dados mas, tendo feito isso, analisou aspectos gerais dos fluxos e o perfil dos movimentos migratórios no país. Identificou os principais destinos, as características dos migrantes e o perfil da seletividade nos contextos das províncias.  Créditos: Produção, edição e apresentação: Ricardo Ojima (PPGDem/UFRN) Trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

12/05/2022 • 23:44

A violência é um campo de estudos de indiscutível relevância social. Normalmente o número de homicídios é usado como indicador para analisar a evolução da violência ao longo do tempo. No Brasil, entre 1990 e 2017, o número de homicídios passou de 32 mil para mais de 65 mil, segundo os dados disponíveis no Atlas da Violência gerido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com a colaboração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Mas é preciso olhar os dados de modo mais detalhado para entender melhor a sua dinâmica. As mortes violentas ocorrem de modo seletivo. Mais da metade dos homicídios que ocorreram no ano de 2017 foram de homens entre 15 e 29 anos. E do total de homicídios de 2017, mais de 70% foram de homens negros. Além disso, eles não ocorrem de forma uniforme no território. O risco de homicídio, portanto, depende de características sociodemográficas e socioespaciais. É por essas e outras razões que o estudo da violência pode ser entendido como um tema demográfico. Analisar a violência, os homicídios e as causas violentas a partir de um olhar demográfico ajuda a entender essas especificidades e isso pode contribuir para melhorar as ações e políticas de segurança pública. Otimizar os investimentos em segurança para que se focalizem nos públicos e contextos nos quais o evento contém maior risco de ocorrer. E foi esse o desafio de pesquisa proposto pela pesquisa de mestrado do Pedro Henrique Freitas. Ele defendeu sua dissertação em demografia no Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN em 2021 e analisou a violência no município de Natal a partir das perspectivas demográficas e socioespaciais. E ele adicionou um elemento contextual que, dado o momento em que a pesquisa foi desenvolvida, não poderia faltar. O impacto e a influência que a pandemia de Covid-19 pode ter tido nesses indicadores. O arquivo completo da dissertação "Violência no município de Natal/RN em 2019 e 2020: uma abordagem espacial e demográfica sobre as mortes violentas com foco nos efeitos decorrentes da pandemia da COVID-19" contém gráficos e cartogramas que ajudam a compreender a diversidade do fenômeno no caso do município de Natal (RN). Créditos: Produção, edição e apresentação: Ricardo Ojima (PPGDem/UFRN) Trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

05/05/2022 • 17:13

O episódio de hoje é sobre um tema que vez ou outra aparece nas conversas informais e povoam o imaginário das pessoas no senso comum. Estamos falando da queda da natalidade, ou seja, a redução do número de nascimentos. É mais comum ouvir a expressão: “queda da natalidade”, mas na verdade estamos falando da queda na taxa de natalidade. A taxa de natalidade é uma medida que calcula a quantidade de bebês nascidos em um determinado ano e divide esse número pelo total de pessoas daquela população naquele mesmo ano. Mas há outra expressão que se ouve também: a queda da fecundidade. Essa medida é um pouco diferente e representa o número médio de filhos tidos pelas mulheres em idade reprodutiva daquele ano. O que os dados mostram ao longo do tempo é que a fecundidade vem caindo de modo consistente no Brasil. No passado ela já esteve na faixa de 6 filhos por mulher e já está abaixo de 2 há algum tempo. Mas nas conversas informais ainda é difícil crer nesses números, pois na observação das pessoas, parece ser contraditório ter uma taxa tão baixa de filhos por mulher se, por exemplo, você conhece ou viu uma reportagem mostrando a vida de mulheres que têm 4 ou 5 filhos. Isso acontece por estarmos falando de médias e se conhecemos mulheres que tem 4 ou 5 filhos, esquecemos que existem muitas mulheres sem filhos. E essa quantidade de mulheres sem filhos vem aumentando ao longo do tempo. Esse foi o tema da dissertação de mestrado da Clicia Clementino. Ela defendeu seu mestrado no PPGDem em 2021 com a pesquisa: “Eu não quero ser mãe assim como muitas mulheres”. Ela analisou o perfil das mulheres que não tem e não querem ter filhos para entender quais são as características que mais influenciam nessa decisão. Ela também traz uma discussão que contextualiza o debate brasileiro no contexto internacional e como essa temática vem sendo abordada pela literatura científica internacionalmente.  Créditos: Produção, edição e apresentação: Ricardo Ojima (PPGDem/UFRN) Trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

29/04/2022 • 18:22

Intercalado com os episódios tradicionais de conversas sobre resultados de pesquisas, a série “Egressos” busca evidenciar os prazeres e desafios que se colocam na caminhada na formação. É importante para um programa de pós-graduação acompanhar os egressos e saber como foi a experiência. Fazemos isso regularmente a partir de pesquisas de acompanhamento, mas no caso do podcast a ideia é ser mais informal, falar dos "causos", dos momentos de dificuldade e do que foi superado. No primeiro episódio dessa série, conversamos com o estatístico de formação, Josivan Justino. Hoje ele já concluiu seu doutorado em bioinformática e é professor universitário na Universidade Federal de Rondônia. Quase sempre as histórias mostram superações e conquistas, mas tentamos não romantizar a trajetória, pois sabemos que nem tudo são flores e que as barreiras de entrada e pedras no caminho são inúmeras. No episódio de hoje, conversamos com uma egressa que também é da primeira turma e que defendeu sua dissertação de mestrado em 2013. A convidada do Rasgaí é Gracineide Pereira que desenvolveu a pesquisa intitulada “Afinal, quantos éramos? Um estudo da mortalidade pretérita na Freguesia da Gloriosa Sant'Anna” usando dados populacionais do século 19. Historiadora formada pela UFRN, depois de concluir seu mestrado no PPGDem, seguiu para Portugal para desenvolver pesquisa de doutorado (com bolsa da Capes) na Universidade do Minho, que é referência na pesquisa sobre demografia histórica e história da população. Gracineide falou sobre os desafios de sair da zona de conforto, como essas dificuldades foram enfrentadas e como foi importante esse aprendizado para a sua formação pessoal e profissional. Ela falou também como essa trajetória no nosso mestrado ajudou na sua passagem pelo doutorado em Portugal e como ajuda ela até hoje. Créditos: Produção, edição e apresentação: Ricardo Ojima (PPGDem/UFRN) Trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

21/04/2022 • 20:43

A conversa de hoje é sobre a pesquisa do Alex Alcebíades Souza, que defendeu sua dissertação de mestrado em 2021 com o título: “Relações entre dados e estudos populacionais no Brasil: um estudo de caso do PPGDEM, de 2013 a 2020”. A pesquisa fez uma investigação de autoanálise, uma análise crítica da produção acumulada de dissertações defendidas no PPGDem nos seus primeiros anos. Embora, o mestrado tenha iniciado suas atividades em 2011, o início do período analisado foi 2013, pois o mestrado dura 2 anos e as primeiras titulações ocorreram em 2013. O Alex analisou dados das 72 dissertações defendidas nesse período em termos das características dos discentes-pesquisadores e dos seus trabalhos. O que os resultados mostram a partir do banco de dados organizado pelo Alex é a convergência das pesquisas na direção da missão institucional e social do PPGDem. Além disso, joga luz sobre o perfil diversificado dos discentes e egressos aqui formados.

14/04/2022 • 35:48

O tema do episódio é o impacto das mudanças demográficas brasileiras sobre os benefícios de pensão por morte e mostra a sinergia existente entre a demografia e as ciências atuariais. Com o processo de envelhecimento em curso no país, as relações entre os grupos de idade e perfis populacionais impactam na relação dos contribuintes e beneficiários do sistema de seguridade social no Brasil. No caso da pensão por morte, é óbvio que mudanças no padrão de mortalidade terão efeito, mas mais do que isso, a natalidade, os arranjos familiares e os padrões de nupcialidade também mudaram e apresentam impactos em diversas políticas sociais e benefícios. Não seria diferente no caso das pensões do Regime Geral de Previdência Social. O episódio conversou com a egressa do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN, Michelly Vieira, que defendeu sua dissertação sobre esse tema: o impacto financeiro sobre as pensões por morte no regime geral de previdência social considerando as mudanças demográficas brasileiras. A dissertação completa da Michelly pode ser acessada aqui: "Pensões por morte no Brasil: uma análise do impacto financeiro considerando variações demográficas sobre a pensão por morte do Regime Geral de Previdência Social". Os resultados da análise e das simulações feitas para o futuro das variáveis demográficas na pesquisa são relevantes para o planejamento das políticas sociais. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

07/04/2022 • 18:07

Um importante característica na análise das migrações (internacionais ou internas) são as questões educacionais. E um dos termos usados nessa discussão é a "fuga de cérebros". Leva em conta a divergência entre a capacidade de absorver mão de obra qualificada em uma região em detrimento de outra que a recebe. Ou seja, uma região forma pessoas qualificadas, mas perde essas pessoas para outra região. Isso faz com que a região receptora tenha um ganho médio na qualificação, sem que tenha feito grandes investimentos educacionais. E essa transfusão de pessoas acaba tendo efeitos importantes no desenvolvimento humano e regional. O impacto da migração, portanto, pode ocorrer mesmo que a diferença entre chegadas e saídas seja zero no saldo final. Este episódio 2 da segunda temporada do Rasgaí é com a doutoranda em demografia na UFRN, Jaine Pereira. Ela apresenta resultados da sua dissertação de mestrado defendida em 2021 aqui no PPGDem. Ela analisou a qualificação educacional e a inserção laboral dos migrantes inter-regionais no mercado de trabalho brasileiro no período de 2005 e 2015. Entre outros aspectos, ela destaca que o cenário econômico do período analisado refletiu uma maior mobilidade de pessoas qualificadas pelo país. Mas que, apesar disso, o perfil educacional dos migrantes reproduz as desigualdades sociais da sociedade em geral. Acesse a dissertação completa da Jaine no repositório da UFRN Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

31/03/2022 • 20:21

O primeiro episódio da segunda temporada do Rasgaí (T02E01) marca a estreia da série "Egressos". Ao longo do ano teremos conversas com ex-alunos contando sua trajetória, aprendizados e experiências e como a passagem pelo programa de pós-graduação em Demografia da UFRN contribuiu com a sua jornada. Ou seja, tem um roteiro um pouco diferente dos demais episódios, onde conversamos com pesquisadores sobre as pesquisas propriamente ditas. O professor Josivan Justino é professor no campus de Ji-Paraná da Universidade Federal de Rondônia e é o único demógrafo da Universidade. Lotado no Departamento de Matemática e Estatística, ele desenvolve atividades interdisciplinares e ano passado organizou um evento que introduziu os temas demográficos nas atividades de ensino, pesquisa e extensão da UNIR. Josivan se graduou em Estatística na UFRN e foi concluiu seu mestrado em demografia no PPGDem/UFRN em 2013. Hoje, já doutor em Bioinformática pela UFRN, ele conta um pouco da sua trajetória e suas experiências. Foi um relato emocionante que, como ele mesmo afirma, mostra como a Universidade Pública tem um papel de transformar vidas e realizar os sonhos das pessoas. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Perspectives by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4207-perspectives License: https://filmmusic.io/standard-license

24/03/2022 • 15:12

Todos os anos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realiza uma premiação para destacar as principais pesquisas de doutorado produzidas no país. Já são mais de 15 anos de premiações que levam em consideração as indicações de comissões julgadoras de diversas áreas de conhecimento. A Capes divulgou, no dia 3 de setembro de 2021 o Prêmio Capes de Tese deste ano, outorgando o resultado das melhores teses de doutorado defendidas em 2020. O episódio 45 do Rasgaí conversou com o autor da pesquisa que recebeu menção honrosa na edição mais recente do prêmio na área de Planejamento Urbano e Regional e Demografia. A pesquisa tratou da mortalidade, causas de morte e a esperança de vida da população num passado mais distante. A demografia histórica já foi tema do nosso podcast no episódio 42, quando conversamos com Maisa Cunha sobre as particularidades e características dessa subárea da demografia. O episódio 45 de hoje, abordou uma pesquisa que analisou dados de registros realizados pela igreja católica entre 1772 e 1872 na região que hoje podemos chamar de Porto Alegre para, entre outras coisas, obter estimativas do perfil da mortalidade e a expectativa de vida ao nascer na população livre e também na população escrava. O autor da pesquisa é o Dario Scott. Ele é matemático e demógrafo. Defendeu sua tese de doutorado em 2020 com o título: “Livres e escravos: população e mortalidade na Madre de Deus de Porto Alegre (1772-1872)”, no programa de pós-graduação em demografia da UNICAMP e recebeu menção honrosa da edição de 2021 do Prêmio Capes de Teses. Dario também destacou o desenvolvimento do software NACAOB (clique aqui para saber mais). O NACAOB foi desenvolvido originalmente na década de 1990 e ao longo dos anos foi sendo aprimorado até ser hoje um sistema que permite a integração de bancos de dados de forma simples e colaborativa. Hoje ele é usado por diversos pesquisadores da área de demografia histórica no Brasil. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Beauty Flow by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/5025-beauty-flow License: https://filmmusic.io/standard-license

23/09/2021 • 26:11

O episódio 44 do Rasgaí conversou com Vanessa Ferreira sobre a demografia, o contexto político-social e o sistema de informações do Afeganistão. Vanessa é economista e demógrafa e defendeu sua tese de doutorado em 2021 com o título: “Demografia do Afeganistão: presente e futuro de treze províncias selecionadas”, pouco antes dos acontecimentos recentes da retomada do controle Talibã no país. Recentemente, o Afeganistão voltou aos noticiários nacionais e internacionais devido ao conflito político institucional do país. Após os atentados às Torres Gêmeas em Nova York, em 2001, a ofensiva norte-americana contra os grupos terroristas envolvidos assumiu destaque e o Afeganistão foi afetado diretamente por isso, pois o governo local estaria diretamente ligado ao grupo fundamentalista Al-Qaeda, liderado por Osama Bin Laden, que assumiu a autoria dos ataques aos Estados Unidos. Assim, ainda em 2001, os Estados Unidos derrubaria o regime Talibã e permaneceu no país por 20 anos. Entretanto, nos anos recentes, a gradativa retirada das tropas norte americanas acabou abrindo espaço para a retomada do controle do regime Talibã e, em 2021 (data marcada para saída oficial dos Estados Unidos), o grupo finalmente recuperou o controle total do país. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

16/09/2021 • 26:08

No episódio dessa semana, conversamos com o geógrafo e demógrafo, Ednelson Dota. Ele é professor da Universidade Federal do Espirito Santo e vem trabalhando com o projeto de extensão “Os perfis sociais dos fluxos migratórios no Espírito Santo” que tem entre seus objetivos divulgar e tornar acessível aos gestores públicos links de textos, artigos, revistas e bancos de dados sobre fenômenos demográficos importantes para compreensão das transformações na dinâmica populacional. Além de um blog, o projeto dispõe de um perfil no Instagram e produzem diversos materiais de divulgação que sintetizam conceitos e indicadores demográficos para popularizar informações sobre a área de demografia e estudos populacionais. No Brasil existem poucos centros de formação e pesquisa diretamente ligados aos estudos de população e demografia. Embora seja um campo interdisciplinar e dentro do contexto das ciências humanas e sociais aplicadas, nem sempre é de conhecimento geral que existe uma formação específica na área. Considerando os dados da Plataforma Lattes, entre 2010 e 2019, quase dobrou em relação á década anterior a quantidade de registros que se referiam a titulações na área de demografia ou titulações diversas que tinham demografia como área principal de pesquisa declarada pelo pesquisador. 132 registros na Plataforma Lattes declaram que a demografia é a área principal de pesquisa, sendo que metade desses registros são de pesquisadores titulados em um dos quatro Programas de Pós-Graduação na área de demografia no Brasil. A outra metade tem titulação de pós-graduação em áreas das mais diversas, como saúde pública, ciências sociais, geografia, economia, história, entre outros. É uma área onde a formação específica é recente no país. O primeiro programa de pós-graduação na área data de 1985, o segundo e o terceiro foram criados na década de 90. Um em 1993 e outro em 1998. Sendo o último criado em 2011. Mas com a ampliação da formação de mestres e doutores na área de demografia a partir dos anos 2000 e a fixação, sobretudo de doutores, em universidades de todo o país nessa mesma década, hoje temos uma maior disseminação desse campo de conhecimento. São demógrafos espalhados em diversas instituições de ensino e pesquisa, lotados em cursos e departamentos das mais diversas áreas. Com isso, reforça-se o caráter da interdisciplinaridade da área e, de certa forma, se constitui como um grande desafio para estes pesquisadores em encontrar seu espaço de atuação enfrentando as barreiras disciplinares que, muitas vezes, se colocam nas estruturas institucionais mais tradicionais.  Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

10/09/2021 • 18:13

A demografia ainda é um campo científico pouco conhecido. Em parte, isso se deve ao fato de ser um campo de constituição recente. Existe certo consenso de que a demografia trata do estudo estatístico das populações humanas, com maior ênfase nos conjuntos de pessoas do que nos indivíduos. Parece contraditório, mas há efeitos que são percebidos de modo estrutural onde as análises podem ser feitas a partir do conjunto dos indivíduos, mas não necessariamente na escala individual. É o que se denomina falácia ecológica: interpretar análises na escala agregada como se fossem possíveis de ser representações de relações entre os indivíduos que compõem o grupo. Mas como podemos saber o que se passava com a população antes da existência de dados de censos demográficos, dos bancos de dados e dos sistemas de informação? Muito mais do que saber a quantidade de pessoas que existiam no passado, como saber o comportamento das variáveis demográficas, natalidade, mortalidade, causas de morte, etc. de sociedades do passado? O episódio de hoje do Rasgaí falou sobre o campo de estudos da demografia histórica com a cientista social e demógrafa, Maisa Faleiros da Cunha. Ela é pesquisadora e atual coordenadora do Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó”, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Maisa também já foi coordenadora do grupo de trabalho “População e História” da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, onde vcs podem encontrar mais detalhes sobre a produção dessa interessante área de estudos. O campo de estudos da demografia histórica é muito amplo e é uma oportunidade para pesquisadores que associem abordagens metodológicas quantitativas àquelas tradicionais da história e ciências sociais, em geral. Fica o convite para quem tiver interesse em saber mais sobre essa área, conhecer as produções do GT População e História da Associação Brasileira de Estudos Populacionais e também há um capítulo inteiro dedicado a esse tema dentro do livro de Métodos Demográficos que trouxemos aqui no Rasgaí no episódio 36. Aqui no Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN já tivemos algumas pesquisas nessa área e podem ser encontradas no nosso site. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

02/09/2021 • 16:51

O episódio 41 do Rasgaí conversou com Walter Pedro Silva Jr, estatístico e egresso do mestrado em demografia da UFRN. Ele é um dos autores do artigo que foi publicado na Revista Latinoamericana de População, no volume 15, número 29 de 2021 e desenvolveu uma avaliação da qualidade da informação de escolaridade nos registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os links com o artigo completo e a dissertação do Walter podem ser acessados nos links abaixo. Os dados sobre mortalidade no Brasil nunca tiveram tanta evidência como agora. Com a pandemia da Covid-19 as informações de saúde nunca tiveram tanta evidência no debate público, mas é importante ressaltar que temos um dos melhores e mais organizados sistemas de informação sobre mortalidade do mundo. Claro que há problemas e pontos fundamentais que ainda precisam ser melhorados e aperfeiçoados, mas na comparação com outros países, o Brasil tem uma plataforma abrangente e com cobertura nacional de acesso aberto e público. O SIM é um sistema de vigilância epidemiológica nacional, cujo objetivo é captar e organizar os dados sobre os óbitos do país e fornecer informações sobre mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde. O sistema foi criado em 1975 a partir da organização dos sistemas estaduais que já faziam esse levantamento de forma isolada e não padronizada. Mas o grande salto qualitativo do sistema ocorreu com a criação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), em 1991, quando passaram a ser desenvolvidos sistemas de informação e suporte tecnológico especificamente voltados para o planejamento em saúde. Os dados registrados no SIM são oriundos da Declaração de Óbito (DO) emitida por um profissional médico e que são compilados em um banco de dados. Essa declaração é padronizada nacionalmente e contém um conjunto amplo de informações sobre a causa da morte, perfil socioeconômico e demográfico do falecido, entre outros. Tais informações são fundamentais para um diagnóstico do sistema de saúde e, principalmente, para o planejamento de ações e desenho de políticas públicas. Apesar da grande melhoria do SIM ao longo dos anos, ainda há algumas informações que têm menor qualidade. As informações socioeconômicas das pessoas que faleceram ainda não são completas e uma delas é a informação sobre a escolaridade. Sabe-se que o grau de escolaridade tem forte associação com a mortalidade e as causas de morte, mas sem essas informações, pouco podemos avançar. Entender melhor a relação entre mortalidade e características socioeconômicas é muito importante, pois reafirma a dimensão social da saúde. No caso da Covid-19, por exemplo, muitos estudos indicam que a mortalidade foi maior entre a população de mais baixa renda, sendo um fator explicativo mais importante do que a existência de condições de saúde pré-existentes. Isso nos leva a perceber que reduzir as desigualdades, a pobreza ou ampliar o acesso à educação vai além de uma questão social, pois pode ser uma questão de vida ou morte. Acesse o artigo completo Acesse a dissertação completa Acesse o repositório dos dados abertos no Github Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

26/08/2021 • 18:53

Neste mês de agosto de 2021 o Governo Federal encaminhou proposta de Medida Provisória para o Congresso Nacional com o objetivo de criar o Programa Auxílio Brasil em substituição ao Programa Bolsa Família. A MP mantém as condicionalidades para transferência de renda às famílias de baixa renda, entretanto, adiciona novos auxílios. Em artigo recente na revista Piauí, os pesquisadores Leticia Bartholo, Rogério Veiga e Rogério Barbosa argumentam que essas adições tendem a concorrer com o objetivo principal da política de redução da pobreza e retomar um desenho de programa fragmentado e, principalmente, com sobreposição de benefícios. A análise dos pesquisadores destaca a necessidade de aperfeiçoar o Programa Bolsa Família, mas que essa medida provisória não parece conseguir atingir esse objetivo. Diante dessa retomada de discussões sobre o Bolsa Família, o Rasgaí trata de um dos pontos que, ainda hoje, é pauta de conversas no senso comum. Não é incomum ainda hoje ver as pessoas se questionando se a vinculação do benefício ao número de filhos das famílias induz maior natalidade. O Bolsa Família é um dos programas de transferência de renda mais estudados no mundo. Não apenas pelo seu êxito na redução da pobreza, mas também pela disponibilidade de dados e informações que ao longo dos anos foram sendo organizados. Assim, são muitos os estudos que já buscaram analisar essa relação entre o benefício da transferência de renda e o número de filhos das famílias. O episódio de hoje vai tratar de um desses estudos, publicado recentemente na revista Comparative Population Studies. Para falar sobre o artigo, convidamos a Camila Ferreira Soares que é doutoranda em demografia na Unicamp e defendeu sua dissertação em demografia, sob orientação do docente Everton Lima, na mesma instituição. Este é o episódio 40 do podcast do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN. O podcast vai ao ar toda semana com episódios inéditos sobre temas relacionados aos estudos de população, demografia e outros tópicos sobre ciência. Trazemos resultados de pesquisas e de projetos de extensão e não apenas de produções vinculadas ao nosso programa de pós-graduação, pois temos como objetivo contribuir para a disseminação e popularização do campo de conhecimento entre o público brasileiro. Para acessar o artigo completo, basta clicar no link abaixo. Também é possível acessar a dissertação de mestrado da Camila, que deu origem ao artigo. The Association between Conditional Cash Transfer Programmes and Cohort Fertility: Evidence from Brazil Política de transferência de renda e fecundidade de coorte : o caso do Bolsa Família Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

20/08/2021 • 17:19

A conversa do episódio 39 do Rasgaí é com Elaine Cristina Gama dos Santos. Ela é graduada em ciências atuariais, mestre em demografia e defendeu sua dissertação de mestrado no PPGDem em maio de 2021. A pesquisa discutiu a demanda de contratação de servidores públicos municipais a partir de uma projeção da necessidade demográfica até o ano de 2030. Entre os resultados, Elaine mostra que as principais categorias de servidores municipais são aquelas ligadas à saúde e educação. Se por um lado as projeções apontam para uma redução da demanda por profissionais da educação no futuro, por outro, crescerá a necessidade de profissionais de saúde. Como serviços essenciais, garantidos pela Constituição Federal de 1988, entender o comportamento da dinâmica demográfica dos servidores e do perfil da demanda para esses serviços é estratégico. A pesquisa da Elaine se baseou em diversas fontes de informação e contou com o suporte do Sadeprev. O Sadeprev é resultado de um projeto de extensão desenvolvido pela docente do PPGDem, Cristiane Corrêa, e trata-se de um Simulador Atuarial-demográfico de Regimes Próprios de Previdência Social que foi desenvolvido na linguagem de programação R e tem como objetivo ajudar os gestores públicos municipais a gerenciar os planos previdenciários municipais. Conforme a descrição contida no site do Sadeprev, “ele utiliza microssimulação para prever os valores totais de benefícios e contribuições pagas por cada participantes do plano previdenciário em cada um dos próximos 75 anos. A partir dessa previsão é feita uma análise atuarial e financeira sobre a situação do RPPS”. O acesso ao Sadeprev é livre gratuíto e aberto. A pesquisa da Elaine se contextualiza no debate que vem sendo realizado no Congresso Federal sobre a reforma administrativa. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32/20) foi enviada pelo executivo federal para tramitação no Congresso em setembro de 2020 e propõe mudanças importantes nos regimes de contratação dos servidores públicos, caso seja aprovada da forma que está. Um dos pontos mais polêmicos é a definição, por lei posterior, das carreiras típicas de Estado. A classificação dessas carreiras seria o princípio orientador para a forma de contratação. Ou seja, dentre as carreiras que forem classificadas como “típicas de Estado”, as contratações continuarão a ser por prazo indeterminado. Para as que ficarem de fora, os contratos poderão ser feitos de modo simplificado e, portanto, sem concurso público. E passarão a ser por prazo determinado e temporário. O debate segue em curso no segundo semestre de 2021, tendo possível tramitação nos próximos meses. A sua aprovação e a forma final do texto impactaria em todos os níveis da federação. A PEC da reforma administrativa que está em debate deixa aberta a discussão, por exemplo, se  professores e profissionais de saúde continuarão sendo consideradas carreiras típicas de Estado. Como isso será definido em regramento futuro, o planejamento futuro também ficará comprometido. Se passarem a ser contratados de modo temporário, tais serviços sofrerão transformações importantes. Acompanhemos de perto esse debate, pois essa reforma não afetará apenas os servidores públicos, mas trará importantes mudanças na forma como são prestados os serviços públicos garantidos na Constituição. É fundamental pensar qual o modelo de serviço público que desejamos e qual precisamos. Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

12/08/2021 • 16:00

A vida nas grandes cidades sempre foi marcada por uma intensa mobilidade das pessoas. A industrialização e a urbanização foram processos simultâneos que modificaram radicalmente os nossos modos de vida. Mas com ao longo do século 20, muita coisa mudou. Primeiro, essa industrialização teve um aspecto concentrador e impulsionou o que se convencionou chamar de “êxodo rural”. Grandes volumes de pessoas migraram das áreas rurais para as áreas urbanas na busca por empregos industriais e todo o conjunto de serviços e urbanidades associados. Mas na segunda metade do século 20, os modos de produção sofrem transformações aceleradas e um processo de desconcentração começa a mostrar os seus sinais. No que se refere aos fluxos populacionais, no Brasil, o final do século passado já mostra um processo de urbanização avançado, com a população predominantemente urbana. Os fluxos rural-urbano perdem sua importância e novos processos começam a se mostrar mais relevantes. Os fluxos migratórios de longa distância, particularmente do Nordeste para o Sudeste começam a diminuir o seu ímpeto (apesar de ainda serem muito importantes). Nesse contexto, ganha espaço a migração urbana-urbana, os fluxos de média e curta distância e os fluxos de mobilidade cotidiana para trabalho entre municípios diferentes. Esse último é o tema do episódio de hoje: a mobilidade pendular. Mas o que é mobilidade pendular? Ela se diferencia da migração, pois migrar envolve a necessidade de mudança de endereço entre recortes político-administrativos distintos. No caso da mobilidade pendular, o deslocamento é justamente aquele onde a pessoa mora em uma cidade, mas vai cotidianamente (ou com frequência regular: a cada dois dias, semanalmente, etc) trabalhar em outro município. Há na literatura algumas referências ao termo migração pendular. Entretanto, conceitualmente, o mais correto seria mobilidade pendular ou pendularidade. Mas independentemente do termo usado, o que sabemos é que esses deslocamentos são importantes para o planejamento urbano, regional e para as demandas de serviços. Pense no exemplo de uma região metropolitana e no intenso fluxo de pessoas decorrente da integração funcional dos espaços dentro da metrópole. Precisa-se dimensionar os transportes públicos entre dois ou mais municípios, parte dos serviços de educação e saúde são compartilhados, compras, etc. Enfim, quando essa mobilidade é intensa, tudo precisaria ser pensado integradamente e de modo intermunicipal. As regiões metropolitanas foram criadas, entre outras coisas, por essa razão. Mas será que esses movimentos são exclusividades de regiões metropolitanas? Como e quais são as tendências desses movimentos pendulares nos últimos anos? Para falar sobre isso, o episódio 38 do Rasgaí conversou com o economista e mestre em demografia e atualmente doutorando do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN, o João Gomes da Silva. Ele defendeu sua dissertação de mestrado aqui no PPGDem com uma pesquisa sobre essas questões e, derivado da sua pesquisa, acaba de publicar o artigo: “Perfil da mobilidade laboral inter e intramunicipal no Brasil nos anos de 2000 e 2010” (clique no título para acessar o artigo completo). Créditos da trilha sonora: Robo-Western by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/4298-robo-western License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Electro (Sketch) by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3706-electro-sketch- License: https://filmmusic.io/standard-license

06/08/2021 • 16:41

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