Delito
(André Morais / Lucina)
dentro de mim mora um bicho
uma serpente de puro veneno antigo
bebendo como suave vinho tinto
meu doce sangue vertido
numa guerra em sigilo
o poeta guarda no verso seu delito
meu amor guarda o mel
encarnado, infiel
uma flor no holocausto
um trago, um afago, o ardor de um Deus