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El Efecto é plural, um remelexo no lixão da história mundial, são riffs, é flauta, é frevo, violino, sertão, cotidiano, cajón, cavaquinho, um batidão, tango argentino, subversão, cúmbia, catarse, religião, interrogação, transgressão, trompete, trapézio, blues, televisão, miséria, mazelas, pedras, sonhos, ciclos, o caçador e a caça, diversão de graça, fim de tarde na praça, domingo no circo, debate, abate, minoria, poesia, utopia, movimento anti-paralisia, as pessoas e suas (des)humanidades. Tudo junto e harmonizado, sem perder a coerência jamais.
As letras cantam política, questões e patologias sociais, as cirandas sem fim, ou chamam à simplicidade e à beleza do silêncio. Com a elasticidade semântica que a língua permite, mesmo se repetem o que já foi dito, fazem jogos de palavras elaborados e reinventam trocadilhos e ditos populares.
Questionam preceitos, o piloto automático nosso de cada dia, nossa tela, nossa cela, nossa solidão. Sussurram em surround. Vozes e vocais expressam-se em protesto contra a máquina e a maquinização. Falam do que não (se) fala. Gritam como quem não acha nada natural a ordem das coisas. Compartilham como podem.
No site www.elefecto.com.br, todas as gravações da banda estão disponíveis gratuitamente para áudio e download. Nos palcos, nada de figurinos ou cenários elaborados. A mensagem é o meio. Liberdade de composição, um dos princípios. O movimento é o fim. Nas ruas, com ideias na cabeça e stencil à mão, fazem convites sutis a (re)parar, (re)pensar e (re)agir.
(Larissa Peron)