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O Assunto

Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo. O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify: https://open.spotify.com/playlist/37i9dQZF1DXdFHK4Zrimdk

Tracks

Convidadas: Adriana Melo, pioneira na identificação da infecção do vírus da zika em grávidas; e Marcelly Setúbal, produtora da série "Zika: 10 anos depois". Em novembro de 2015, o Brasil decretou epidemia de zika vírus – uma medida excepcional, após um aumento atípico no número de bebês nascidos com microcefalia. Em sua maioria, os casos foram registrados no Nordeste. Uma das primeiras médicas a identificar a relação ente o vírus da zika e a microcefalia foi Adriana Melo, entrevistada de Natuza Nery neste episódio. Dez anos depois, Adriana relembra como um sinal de alerta soou ao observar o cérebro de um bebê no ultrassom de uma de suas pacientes. Ela conta como foi possível identificar a relação de causa entre o vírus da zika e os casos de microcefalia. Adriana explica também que outros tipos de dano o vírus provoca no desenvolvimento dos bebês. Para contar como estão as milhares de mulheres que, dez anos atrás, deram à luz bebês com microcefalia, Natuza ouve a Marcelly Setúbal. Produtoras da série “Zika: 10 anos depois”, da GloboNews, a jornalista viajou a cidades de Pernambuco e do Rio de Janeiro para mostrar como estão as mães e suas crianças com microcefalia. Marcelly relata como essas famílias ficaram desassistidas, tanto pelo poder público, quanto pelos próprios pais.

11/17/25 • 34:37

Convidados: Isabela Camargo, repórter da TV Globo em Brasília; e Diego Cherulli, advogado e presidente do Instituto Brasileiro Independente de Direito e Pesquisas em Previdência. O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e outras oito pessoas foram presas nesta quinta-feira (13) em mais uma fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Eles são suspeitos de integrarem um esquema de desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas que, segundo a investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter movimentado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles. O balanço mais recente divulgado pelo INSS aponta que mais de 6 milhões de beneficiários afirmaram não ter reconhecido descontos feitos nos últimos anos. Na quarta-feira (11), o governo prorrogou o prazo para a contestação desses valores. O escândalo de desvios é mais um na história do INSS, sistema de previdência criado para garantir segurança e dignidade a aposentados e pensionistas. Na prática, o que se vê é uma fonte infindável de golpes, muitos deles cometidos na porta de agências de atendimento, como relembra a jornalista Isabela Camargo em conversa com Natuza Nery. Repórter da Globo em Brasília, Isabela conta quem é Stefanutto e quais as suspeitas que recaem sobre ele. Ela responde também como estão os trabalhos da CPI criada para apurar o escândalo. Depois, a conversa é com o advogado Diego Cherulli, presidente do Instituto Brasileiro Independente de Direito e Pesquisas em Previdência. Ele responde por que o INSS é um “celeiro de golpes” contra segurados e dá exemplos de fraudes – como a do falso advogado, que já fez milhares de vítimas. Diego aponta mecanismos necessários para evitar desvios e alerta: “a regra de ouro é não pagar nada antes de receber” o benefício.

11/14/25 • 28:47

Convidado: Marcelo Lins, comentarista da GloboNews e apresentador do GloboNews Internacional. Um fantasma antigo voltou a rondar a Casa Branca nesta quarta-feira (12): o caso Jeffrey Epstein, milionário acusado de explorar sexualmente adolescentes. Deputados democratas revelaram três e-mails de Epstein que sugerem que Trump sabia das garotas. Em uma das mensagens, de 2011, Epstein diz que Trump passou horas com uma delas. Na esteira da divulgação dos e-mails, congressistas do partido de Trump tornaram públicas 23 mil páginas com documentos sobre o caso. O presidente americano sempre negou qualquer envolvimento com o caso e, nesta quarta-feira, disse que os democratas criaram uma farsa para desviar a atenção do fracasso do partido durante a maior shutdown da história dos EUA. Para explicar o que os e-mails revelam e como o caso Epstein assombra Trump, Natuza Nery conversa com Marcelo Lins, comentarista da GloboNews e apresentador do GloboNews Internacional. Lins relembra a relação entre Trump e Epstein e analisa o momento político em que os e-mails e outros documentos sobre o caso são revelados.

11/13/25 • 23:56

Convidado: Wálter Maierovitch, jurista especialista em crime organizado; e William Murad, diretor-executivo da Polícia Federal. Relator do PL Antifacção, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) apresentou no começo da noite da terça-feira (11) um novo parecer ao pacote de enfrentamento ao crime organizado enviado pelo governo. Foi a terceira versão dada por Derrite desde a última sexta-feira, quando ele foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para ser o relator do projeto de autoria do governo. O texto tramita em urgência e está pronto para ser votado em plenário, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (12). Nesta terceira versão, Derrite propõe a criação de uma nova lei para combater o crime organizado. O deputado - que se licenciou da Secretaria de Segurança Pública de SP para relatar o projeto - tirou as alterações na Lei Antiterrorismo e nas atribuições da Polícia Federal. Os dois pontos geravam divergências na Câmara e eram alvo de críticas do governo, de juristas e de especialistas em segurança pública. Neste episódio, Natuza Nery conversa com o jurista Wálter Maierovitch para analisar o que significaria mudar as atribuições da Polícia Federal e mexer na Lei Antiterrorismo. Ele avalia a proposta de elevar a pena por crimes atribuídos a facções de 20 para 40 anos, e analisa em quais pontos o projeto apresentado pelo governo precisaria ser aprimorado. Depois, a conversa é com William Murad, diretor-executivo da Polícia Federal, que responde que tipo de investigação seria colocada em risco com mudanças nas atribuições da corporação.

11/12/25 • 27:11

Convidada: Mariana Albuquerque Zan, advogada do Instituto Alana. A lei brasileira proíbe o casamento civil de menores de 16 anos, mas dados divulgados pelo Censo revelam que 34 mil crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vivem em algum tipo de união conjugal. Nesse grupo, quase 8 em cada 10 são meninas, segundo os números do IBGE. Meninas que, na maioria das vezes, deixam de estudar para cuidar de afazeres domésticos. Os indicadores são baseados em informações fornecidas pelos próprios moradores que responderam ao Censo – e não têm comprovação legal. No entanto, outros números reforçam a existência deste problema na sociedade brasileira: o país ocupa o 6º lugar no ranking global de casamentos infantis, segundo dados de 2023 da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Mariana Albuquerque Zan, advogada do Instituto Alana, organização da sociedade civil que há mais de 30 anos atua para garantir os direitos de crianças e adolescentes. Mariana lista os vários indicadores que reforçam os dados do Censo e traça um perfil das vítimas de casamento infantil no Brasil. Ela também aponta o que pode ser feito para reverter essa situação, que tira de crianças e adolescentes direitos básicos. E fala da necessidade da criação de políticas públicas para proteger menores de casamentos fora da lei.

11/11/25 • 23:15

Convidados: Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas; e Ricardo Abramovay, professor sênior do Instituto de Estudos Avançados e do Instituto de Energia e Ambiente da USP. A COP30 começa nesta segunda-feira (10) em Belém, no Pará, com uma proposta à mesa: um fundo para transformar a preservação de florestas em lucro. O Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), foi lançado oficialmente pelo presidente Lula durante a Cúpula dos Líderes da COP. A iniciativa pretende captar recursos de governos e da iniciativa privada. Um dos idealizadores da primeira versão do plano, Tasso Azevedo conversa com Natuza Nery para explicar qual a importância de preservar as florestas tropicais. Coordenador-geral do MapBiomas, Tasso detalha como o plano deve funcionar e por que ele é considerado inovador em comparação a outras iniciativas de tentativa de preservação de biomas. Depois, Natuza conversa com Ricardo Abramovay, professor sênior do Instituto de Estudos Avançados e do Instituto de Energia e Ambiente da USP. Autor de livros sobre economia sustentável da Amazônia, Abramovay responde por que, do ponto de vista econômico, vale a pena manter a floresta de pé. E aponta caminhos do que pode ser feito para combinar desenvolvimento com preservação ambiental.

11/10/25 • 30:22

Convidada: Isabela Leite, repórter da GloboNews. Por volta das 16h do dia 8 de novembro de 2024, um homem jurado de morte chegou a São Paulo em um voo vindo de Maceió. Ao desembarcar e sair do Terminal 2, Antônio Vinícius Gritzbach foi executado com tiros de fuzil no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. A execução, no meio do maior aeroporto do Brasil, abria uma Caixa de Pandora sobre o crime organizado. Em conversa com Natuza Nery neste episódio, a jornalista Isabela Leite reconta essa história. Repórter da GloboNews, Isabela relembra como foi o assassinado do homem que delatou o PCC e era considerado por investigadores um “arquivo vivo” da facção. Meses antes de ser morto, Gritzbach havia fechado um acordo com o Ministério Público de São Paulo e denunciado esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, além de casos de corrupção policial. Isabela explica as perguntas que ainda estão em aberto sobre o caso. Ela fala as várias linhas de investigação abertas e como elas escancararam esquemas criminosos sofisticados: da corrupção de policiais à lavagem de dinheiro usando fintechs e construtoras. E responde como a morte de Gritzbach mexeu com as polícias de São Paulo.

11/7/25 • 29:24

Convidados: Maurício Stegemann Dieter, professor de criminologia da USP; e Lincoln Gakiya, promotor de justiça do Gaeco de São Paulo. O termo narcoterrorismo foi usado pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, no mesmo dia da operação que terminou com 121 mortos, entre eles 4 policiais, nos complexos do Alemão e da Penha. Desde então, a discussão sobre um projeto que equipara o crime de tráfico ao de terrorismo ganhou tração na Câmara - e o apoio de alguns governadores. Pelo projeto em discussão, a aplicação da Lei Antiterrorismo – criada em 2016 - será estendida a organizações criminosas e milícias. Defendida pela oposição, a proposta desagrada o governo, como declarou nesta quarta-feira a ministra Gleisi Hoffmann. Mas o que muda, na prática, se o tráfico passar a ser considerado terrorismo? Para responder a esta pergunta, Natuza Nery recebe dois convidados: Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Gaeco de São Paulo, um dos maiores investigadores sobre o PCC; e Maurício Stegemann Dieter, professor de Criminologia da USP. Gakiya responde o que pode acontecer com investigações em curso caso o projeto seja aprovado no Congresso. O promotor avalia se é viável, do ponto de vista operacional, transferir para a Polícia Federal investigações que hoje estão sob competências das polícias e órgãos estaduais. Maurício detalha a diferença entre os crimes de terrorismo e de tráfico e responde como uma eventual mudança pode impactar na vida dos brasileiros.

11/6/25 • 40:38

Convidada: Vanessa Cavalieri, juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro. O Brasil tinha 12,5 mil adolescentes em restrição e privação de liberdade em agosto de 2024, segundo dados do Sinase, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, ligado à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. A lei brasileira prevê uma série de caminhos para garantir a reinserção social e evitar que esses jovens voltem a cometer atos ilícitos. Em conversa com Natuza Nery neste episódio, a juíza Vanessa Cavalieri explica o que acontece a partir do momento em que um jovem é apreendido. Segundo ela, ao cumprirem a primeira medida restritiva de forma ineficiente, muitos desses jovens voltam ao tráfico. Vanessa relata como, ao serem apreendidos pela polícia e perderem a droga pertencente ao tráfico, jovens criam dívidas impagáveis, gerando um processo de “bola de neve”, no qual um crime leva a outro ainda mais grave. Titular da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Vanessa Cavalieri relata o que vê, diariamente, em seu trabalho com jovens infratores e que tipo de investimentos e programas sociais precisariam ser colocados em prática para reverter esse cenário. Ela enumera quais fatores sociais, educacionais e familiares levam menores a cometer atos ilícitos, em um ciclo difícil de ser rompido.

11/5/25 • 33:54

Convidados: Gabriela Feitosa, repórter do g1 Ceará; e Francisco Elionardo de Melo Nascimento, professor e coordenador executivo do COVIO, o Laboratório de Estudos sobre Conflitualidades e Violência da Universidade Estadual do Ceará. As duas maiores facções criminosas do Brasil nasceram no Sudeste e, nas últimas décadas, se expandiram para outros Estados. Um raio-x feito pelo Ministério da Justiça mostra que mais da metade das organizações criminosas que atuam em território nacional está na região Nordeste, entre elas justamente o PCC e o Comando Vermelho, as duas maiores facções do país. A chegada desses grupos criminosos provocou uma série de disputas territoriais, que agravaram o problema da segurança pública nos estados. Um dos retratos desta disputa é uma “vila fantasma” no Ceará, como relata a Natuza Nery neste episódio a repórter Gabriela Feitosa, do g1 Ceará. Gabriela visitou esta vila na cidade de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ela conta o que viu no local e o que ouviu de moradores expulsos da região. Depois, Natuza conversa com o professor Francisco Elionardo de Melo Nascimento, da Universidade Estadual do Ceará. Coordenador-executivo do COVIO, o Laboratório de Estudos sobre Conflitualidades e Violência da universidade, Elionardo detalha como se deu a expansão do crime organizado na região e explica como a expulsão de moradores é prática recorrente na disputa territorial com outros grupos criminosos.

11/4/25 • 31:33

Convidada: Ana Maria Gonçalves, autora de "Um defeito de cor". Na próxima sexta-feira (7), a escritora Ana Maria Gonçalves vai assumir a Cadeira n° 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A posse da autora do livro “Um defeito de cor” será histórica: pela primeira vez uma mulher negra terá assento na instituição de 128 anos. Às vésperas do evento, Ana Maria Gonçalves conversa com Natuza Nery. A autora do livro que se tornou um marco de nossa cultura contemporânea discute o lugar da mulher negra na literatura brasileira. Ana Maria conta como foi a construção da protagonista Kehinde, mulher africana que sobrevive à travessia do Atlântico e à violência da escravidão no Brasil. Kehinde foi inspirada na vida de Luísa Mahin, mãe do poeta e advogado Luiz Gama – figura-chave do abolicionismo brasileiro. Na conversa, Ana Maria discorre sobre as diferenças entre o Brasil de 2006 – ano em que seu principal romance foi publicado – e o país de hoje. "Um defeito de cor" venceu o Prêmio Casa de las Américas, em 2007, um dos mais importantes da América Latina. Em 2024, o livro foi tema do samba-enredo da escola de samba Portela. Ao longo do episódio, trechos de “Um defeito de cor” são lidos pela jornalista Maju Coutinho e pelo ator Lázaro Ramos – ele dá voz a estrofes do poema “Minha Mãe”, de Luiz Gama, e de cartas escritas pelo autor.

11/3/25 • 33:40

Convidados: Pierpaolo Bottini, advogado e professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP; e Rafael Alcadipani, professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No Brasil, 28,5 milhões de pessoas convivem com o crime organizado no bairro onde moram. É o que mostra uma pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada no dia 16 de outubro. Os dados dessa pesquisa revelam que facções criminosas e milícias estão presentes no cotidiano de 19% dos brasileiros com 16 anos ou mais – no ano passado, esse percentual era de 14%. Dados do Ministério da Justiça indicam também que 88 facções criminosas atuam no país – as maiores delas são o PCC e o CV. A megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que acabou com 121 mortos, entre eles 4 policiais, expõe uma questão que persegue o país há décadas: como combater o crime organizado? Para responder a esta pergunta, Natuza Nery recebe dois convidados: Rafael Alcadipani e Pierpaolo Bottini e Rafael Alcadipani. Professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Alcadipani sinaliza quais os pilares desse combate. O professor defende a profissionalização das polícias, o incremento do sistema de Justiça e a melhoraria na articulação entre as forças de segurança. Ele aponta a necessidade da criação de uma autoridade antimáfia, com estados e governo federal trabalhando juntos. Depois, a conversa é com Pierpaolo Bottini, professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP. Bottini chama atenção para a eficácia de asfixiar economicamente as organizações criminosas. Para ele, só limitando o fluxo financeiro do crime organizado é possível combater as facções.

10/31/25 • 36:20

Convidados: Ricardo Balestreri, coordenador do Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Insper Cidades; e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN. Uma imagem marcou o dia seguinte à operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Dezenas de corpos enfileirados foram colocados por moradores em uma praça do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Com os corpos retirados da mata, o número de mortos na megaoperação contra o Comando Vermelho saltou para 121 – entre eles, 4 policiais. Para o governador do RJ, Cláudio Castro (PL), a megaoperação foi “um sucesso”. O dia seguinte à operação revelou também detalhes de como a polícia conduziu a ação: traficantes foram atraídos para o topo da mata, em uma espécie de “muro do Bope”, como detalhou a polícia. Também na quarta-feira (29), o ministro da Justiça se reuniu com o governador do Rio, e novos embates políticos sobre a segurança pública foram registrados entre os governos federal e do Estado. Neste episódio, Natuza Nery recebe Ricardo Balestreri, coordenador do Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Insper Cidades. É ele quem analisa as declarações de Cláudio Castro e a estratégia adotada pela polícia do Rio na operação da última terça-feira. Balestreri reforça a necessidade de atuação conjunta entre todos os entes da federação no combate ao crime organizado. Depois, Natuza conversa com o jornalista Bernardo Mello Franco para explicar quais foram as respostas dadas por Cláudio Castro sobre a atuação das forças de segurança e como política e polícia se misturam no Rio de Janeiro. Bernardo avalia também a condução do governo federal no caso e que tipo de impacto esse tipo de conflito tem na condução das políticas de segurança pública - tema que mais preocupa a população brasileira.

10/30/25 • 41:37

Convidados: Henrique Coelho, repórter do g1 Rio; e Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. A megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha terminou com mais de 60 mortos. Uma guerra entre policiais e traficantes, que se transformou na operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Durante a operação - iniciada ainda na madrugada da terça-feira na Zona Norte do Rio -, bandidos espalharam barricadas pela cidade. Na ofensiva contra policiais, criminosos lançaram drones com bombas e usaram armamento de guerra: mais de 90 fuzis foram apreendidos. A terça-feira de caos no Rio de Janeiro expôs a capacidade bélica das facções. Um estudo do Instituto Sou da Paz calcula que, só no ano de 2023, 1.655 fuzis foram apreendidos na região Sudeste - berço das principais organizações criminosas do Brasil. Neste episódio, Natuza Nery recebe Henrique Coelho, repórter do g1 Rio, para relatar como foi o dia de caos na capital fluminense. Henrique explica as particularidades geográficas dos complexos do Alemão e da Penha, onde o Comando Vermelho tem raízes. Ele fala também sobre como a operação se transformou em motivo de desavença entre o governador do RJ, Cláudio Castro (PL), e o governo federal. Depois, Natuza conversa com Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. Carolina traça um retrato do tipo de armamento que está sob o poder de facções criminosas – e explica o caminho que elas fazem até chegar às mãos do crime. E conclui que tipo de medidas é preciso tomar para que armamentos de guerra não circulem no país.

10/29/25 • 36:51

Convidado: Matias Spektor, professor titular da Escola de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. Um dia depois de se reunirem na Malásia, os presidentes do Brasil e dos EUA deram o tom de como foi o encontro. Lula se mostrou confiante e disse que os dois países devem fechar um acordo sobre as tarifas. Do outro lado, Trump afirmou que não sabe se algo vai acontecer. Nesta segunda-feira (27), Trump também desejou feliz aniversário pelos 80 anos de Lula e fez elogios ao presidente brasileiro. A reunião entre os dois ilustra uma distensão na relação entre Brasil e EUA, mas ainda não representa uma solução definitiva para o tarifaço imposto por Trump aos produtos brasileiros. Em conversa com Natuza Nery neste episódio, o professor Matias Spektor explica o que acontece a partir de agora e o que está na mesa de negociações, que começaram oficialmente nesta segunda-feira. Professor de Relações Internacionais da FGV-SP, Spektor responde o que ainda precisa ser feito para que os produtos brasileiros deixem de ser taxados em 50%: “esse processo vai levar meses, mas a direção é muito positiva para o Brasil”, diz. Ele analisa os reflexos políticos - tanto para Lula quanto para Trump - da aproximação entre os dois presidentes.

10/28/25 • 27:29

Convidado: Fabrício Vitorino, jornalista, mestre em cultura russa pela USP e doutorando em Relações Internacionais pela UFSC. No tabuleiro da geopolítica, novos movimentos podem comprometer os objetivos de Vladimir Putin. Na última semana, depois que Donald Trump cancelou um encontro com o presidente russo, os EUA sancionaram as duas maiores companhias de petróleo do país. Na sequência, a União Europeia anunciou nova rodada de sanções contra a Rússia, inclusive com ameaça de confiscar cerca de 140 bilhões de euros para indenizar a Ucrânia. Já no front de guerra, as ofensivas de Moscou seguem com mais força que antes. Foi o que viu in loco o jornalista e especialista em cultura russa Fabrício Vitorino. Convidado de Natuza Nery neste episódio, Fabrício circulou por grande parte do território ucraniano em outubro. Ele relata as horas de tensão que viveu durante o maior bombardeio sofrido por Lviv, cidade que fica no oeste da Ucrânia — uma região que sequer é reivindicada por Moscou. Fabrício conta também as formas de resistência expressadas pela população de Odessa, no sul, onde os ataques russos já se tornaram rotina. Por fim, ele analisa os possíveis próximos passos de Trump, Putin e Zelensky na busca por um acordo de cessar-fogo.

10/27/25 • 22:51

Convidados: Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog, fundador e presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog; e Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog. 24 de outubro de 1975, uma sexta-feira: o jornalista Vladimir Herzog, então diretor do departamento de jornalismo da TV Cultura, foi convocado por agentes da ditadura militar a depor sobre sua relação com o Partido Comunista Brasileiro. Vlado, que não tinha relação com o partido, se apresentou voluntariamente na manhã do dia seguinte no DOI-Codi da Vila Mariana, em São Paulo. Na tarde do dia 25 de outubro, Vlado estava morto. O regime, à época nas mãos de Ernesto Geisel, tentou encobrir o crime com uma mentira. A alegação era de que Vlado tinha cometido suicídio. A esposa dele, Clarice, sempre negou. A foto encenada do corpo do jornalista — com um cinto no pescoço, joelhos dobrados e os pés tocando o chão — tornou-se símbolo da brutalidade do Estado na ditadura. Nos 50 anos da morte de Vladimir Herzog, Natuza Nery conversa com Ivo Herzog, filho do jornalista e diretor do instituto que leva o nome de seu pai. Ivo, que tinha 9 anos quando o pai foi torturado e morto, relembra o dia em que Vlado foi convocado pela ditadura e o que se passou logo após sua morte. Ivo fala do papel das famílias de vítimas na luta por justiça pelos desaparecidos e assassinados na ditadura. Depois, a conversa é com Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.

10/24/25 • 32:21

Convidado: Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, pesquisador da Universidade de Harvard e do Carnegie Endowment. Nepal, Madagascar, Quênia, Marrocos, Peru, Indonésia... Manifestações lideradas por jovens da geração Z – nascidos da metade de 1990 até o início da década de 2010 - têm se espalhado pelo mundo. No Nepal e em Madagascar, a onda de manifestações derrubou os governos. No Peru, o presidente recém-empossado decretou 30 dias de emergência em meio à onda de violência. Motivados por diferentes razões, todos estes protestos têm presença maciça de jovens descontentes com as elites políticas e econômicas, em um cenário de “pessimismo palpável” que impulsiona mobilizações. É o que explica Oliver Stuenkel em conversa com Natuza Nery neste episódio. Oliver fala como a geração Z tem a percepção de que as elites políticas estão “desconectadas” dos problemas reais do dia a dia da população. Professor de Relações Internacionais da FGV, pesquisador da Universidade de Harvard e do Carnegie Endowment, nos EUA, Oliver avalia o que une esses jovens em diferentes pontos do mundo. “Todos eles têm pautas em comum, o que explica o uso de símbolos parecidos”, diz, ao citar o uso da bandeira pirata da série de anime “One Piece”. Oliver destaca o papel fundamental das redes sociais para a organização e espalhamento dos protestos. E reflete sobre o risco de avanço autoritário, ao citar o caso de Madagascar, onde as manifestações derrubaram o governo, mas um coronel do Exército assumiu o poder.

10/23/25 • 24:13

Convidado: Thiago Faria, coordenador de política do jornal O Globo em Brasília. Em dezembro de 2022, o Supremo colocou fim às emendas do relator. Desde então, uma outra modalidade de emenda parlamentar ganhou protagonismo: as emendas PIX. Neste tipo de emenda, governos locais e municípios indicados por parlamentares recebem, direto na conta, dinheiro de recursos da União. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), o valor repassado a governos locais e prefeituras por meio das emendas PIX cresceu quase 13 vezes entre 2020 e 2024. Neste ano, de um total de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares, quase R$ 8 bilhões foram destinadas nesta modalidade – um dinheiro ainda mais difícil de rastrear. Nesta quinta-feira (23), o STF terá uma audiência pública na qual o Congresso precisa explicar se conseguiu ampliar a transparência e a rastreabilidade dessas emendas. Neste episódio, Natuza Nery recebe o jornalista Thiago Faria, coordenador de política do jornal O Globo em Brasília. Autor de uma reportagem com o título “A emenda sumiu”, Thiago relata o que descobriu ao investigar o destino de emendas parlamentares pelo país. Ele explica como bilhões de reais são “pulverizados” em contas bancárias de diversos municípios. O jornalista conta o que ouviu de moradores, prefeitos e parlamentares sobre o dinheiro que deveria ser gasto em obras e benefícios para a população. Ele cita o caso da cidade de Zabelê, na Paraíba, cidade de pouco mais de 2 mil habitantes que recebeu R$ 3 milhões em 2023 para a construção de um parque: “hoje o parque não existe, e o dinheiro sumiu”, conta.

10/22/25 • 28:46

Convidado: Mauricio Moura, fundador do Instituto de Pesquisa IDEIA e Professor da Universidade George Washington. Com o lema “No Kings” (Sem Reis, na tradução livre), milhões de manifestantes tomaram ruas de mais de 2.600 cidades dos EUA no último sábado. A estimativa é de que até 10 milhões de pessoas participaram dos protestos – marcados pela presença de crianças e famílias, e com manifestantes vestindo até fantasias. Os participantes criticam o que veem como uma guinada ao autoritarismo na gestão do presidente Donald Trump. Em resposta, Trump postou um vídeo feito com inteligência artificial zombando dos manifestantes. No vídeo, o presidente aparecia usando uma coroa e pilotando um avião com os dizeres “King Trump” (“Rei Trump”). O partido do presidente minimizou os atos e afirmou que eles são “antiamericanos”. Esta foi a terceira mobilização em massa desde a volta de Trump à Casa Branca, e ocorreu em meio a uma paralisação do governo. Além de estar com os serviços federais fechados, os EUA convivem com um teste de equilíbrio de poderes. Neste episódio, Natuza Nery recebe Mauricio Moura, fundador do Instituto de Pesquisa IDEIA e professor da Universidade George Washington. Mauricio avalia a dimensão dos mais recentes protestos contra Trump e responde qual é o grau de governabilidade do presidente americano com seu atual nível de popularidade.

10/21/25 • 21:48

Convidado: Marcelo Neri, economista e diretor do FGV Social. A desigualdade de renda no Brasil atingiu o menor nível da história em 2024, segundo dados do IBGE. Também no ano passado, o rendimento médio do brasileiro aumentou. Entre 2022 e 2024, 17 milhões de brasileiros saíram da situação de pobreza. A estes dados se somam outros positivos: além de a renda média do brasileiro ter aumentado, o país deixou o mapa da fome da ONU depois de 3 anos. Apesar dos resultados positivos, ainda há um longo caminho a percorrer. Para 77% dos brasileiros, o país ainda é muito desigual. Em 2024, 1% da população mais rica do país tinha rendimento médio 30,5 vezes superior à metade da população mais pobre. Números que revelam uma desigualdade estrutural. Para analisar o que os indicadores revelam sobre o atual status da desigualdade brasileira, Victor Boyadjian ouve o economista Marcelo Neri. Diretor do FGV Social, Neri desenha o conjunto de fatores que levaram à melhora do cenário brasileiro. “Os dados objetivos mostram que a renda nunca esteve tão alta. A pobreza nunca esteve tão baixa”, diz. Marcelo responde qual o papel da melhora do mercado de trabalho e da renda do brasileiro nos resultados recentes e o que é preciso fazer para o Brasil sair do paradoxo de ser um país desigual. “Crescimento é fundamental. Mas é preciso combater a desigualdade usando os instrumentos que a gente tem”, afirma, citando o Bolsa Família e outros programas sociais. E conclui: "se a gente fizer política de combate [à pobreza], a desigualdade cai”.

10/20/25 • 25:15

Convidado: Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly e analista político especializado em América Latina. A portas fechadas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu nesta quinta-feira (16) em Washington com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O encontro na Casa Branca durou cerca de 1h15 e resultou em uma “conversa muito produtiva”, segundo Mauro Vieira afirmou em pronunciamento. O tarifaço de 50% dos Estados Unidos a produtos brasileiros foi um dos principais temas, segundo o ministro de Relações Exteriores. O ministro afirmou que “prevaleceu uma atitude construtiva” na reunião, marcada por um tom de cooperação e respeito mútuo. O encontro aconteceu na semana seguinte ao telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, e foi interpretado como um passo na tentativa de distensão entre Brasil e Estados Unidos. Em conversa com Natuza Nery pouco após o encontro acabar, Brian Winter, analista político especializado em América Latina, explica o momento da relação entre os dois países. Editor-chefe da revista Americas Quarterly, Brian avalia que a reserva de terras raras do Brasil, a segunda maior do mundo, pode ser um ponto de unidade entre os dois países. Brian também responde como a ameaça de Trump de atacar a Venezuela esbarra no Brasil, e quais as consequências para a América Latina. Nesta semana, o presidente dos EUA confirmou ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) na Venezuela de Nicolás Maduro e disse estudar ataques terrestres contra cartéis de drogas em solo venezuelano.

10/17/25 • 24:38

Convidados: Guilherme Balza, repórter de política da GloboNews em Brasília; e Cláudio Couto, cientista político e professor da FGV-SP. Na semana passada, o Planalto sofreu uma derrota na Câmara após os deputados retirarem da pauta uma Medida Provisória que ajudaria o governo a cumprir a meta fiscal do próximo ano. Um revés que teve a participação da base aliada – parlamentares do Centrão votaram contra os interesses do governo. Passado para trás e fortalecido pelas últimas pesquisas de opinião, o governo resolveu adotar uma medida: deu início a uma série de demissões em cargos comissionados cujos indicados são patrocinados por partidos do Centrão. A ideia é tirar das mãos dos “infieis” vagas do chamado “segundo escalão’. Para contar os bastidores das demissões, Natuza Nery conversa com Guilherme Balza, repórter de política da GloboNews em Brasília. Ele explica qual o cálculo do governo para tirar cargos de segundo escalão das mãos do Centrão justamente neste momento. Depois, a conversa é com Cláudio Couto, cientista político e professor da FGV de São Paulo na Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo). Cláudio explica o conceito de “governo congressual”, usado por ele para explicar o jogo de forças entre Executivo e Legislativo. E analisa qual o grau de ineditismo da retaliação adotada pelo Planalto após ser traído por parlamentares de sua base aliada.

10/16/25 • 32:30

Convidados: Nara Fernandes de Oliveira, professora da rede pública do RJ, e Paulo Blikstein, professor livre-docente da Escola de Educação e Diretor do Centro Lemann de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia (EUA). Mais da metade dos professores brasileiros diz ter incorporado a inteligência artificial à rotina de trabalho. É o que mostra uma pesquisa divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no início de outubro: 56% dos docentes no país usam a tecnologia para preparar aulas e buscar novas formas de ensino — um índice 20 pontos percentuais acima da média dos países desenvolvidos. O dado reforça como, mesmo em um cenário de desigualdade tecnológica, a IA foi rapidamente absorvida em práticas educacionais. Um avanço que vem acompanhado de obstáculos. A mesma pesquisa aponta que 64% dos professores afirmam não ter o conhecimento nem as habilidades necessárias para usar ferramentas de IA, e seis em cada dez dizem que as escolas onde trabalham carecem de infraestrutura adequada para lidar com esse tipo de ferramenta. Neste episódio, Victor Boyadjian conversa com Nara Fernandes de Oliveira, professa que explica como a inteligência artificial já mudou a maneira como ela prepara aulas. Nara, que leciona no Colégio Estadual Barão de Tefé, em Seropédica (RJ), dá exemplos de como a inteligência artificial está sendo usada, na prática, em sala e na relação com os alunos. E quais são os desafios com os quais ela se depara. Neste dia dos professores, Nara responde se ela teme pelo futuro da profissão a partir do uso desse tipo de tecnologia. Para explicar como a IA pode apoiar o processo de aprendizado sem substituir o esforço cognitivo dos estudantes, Victor recebe Paulo Blikstein, professor livre-docente da Escola de Educação e diretor do Centro Lemann de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia. Ele detalha de que forma a inteligência artificial pode ser usada para desenvolver habilidades essenciais no ensino.

10/15/25 • 26:00

Convidados: Murilo Salviano, correspondente da TV Globo na Europa e enviado especial ao Oriente Médio. Ele conversa com Natuza Nery direto de Jerusalém. E Hussein Ali Kalout, cientista político, pesquisador da Universidade Harvard e conselheiro do CEBRI, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais. O dia 13 de outubro de 2025 marcou a libertação dos últimos 20 reféns israelenses que ainda eram mantidos vivos pelo grupo terrorista Hamas. Nesta segunda-feira, eles foram soltos após mais de 700 dias de cativeiro – ainda há expectativa para a devolução dos corpos de outros mais 20 reféns mortos. A libertação é parte do acordo que fez Israel liberar quase 2 mil presos palestinos. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, discursou no parlamento de Israel e falou em “fim da era do terror e da morte”. Depois, Trump embarcou para o Egito, onde assinou um cessar-fogo para Gaza junto com outros líderes árabes - sem representantes de Israel e do Hamas. O plano dá início a uma nova fase para um plano de paz na região e a reconstrução de Gaza depois de dois anos de uma guerra que matou mais de 60 mil palestinos. Trump afirmou que a segunda etapa do acordo já começou. Enviado especial da Globo para o Oriente Médio, o correspondente Murilo Salviano relata a Natuza Nery o que viu no dia considerado histórico pelos dois lados do conflito. Direto de Jerusalém, Murilo conta como o momento é de “alívio” para israelenses e palestinos. Ele descreve a situação em Israel e o que ouviu de palestinos sobre a promessa de pausa neste conflito histórico. Depois, Natuza conversa com Hussein Ali Kalout, cientista político e conselheiro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). Kalout, que também é pesquisador da Universidade Harvard, analisa o acordo anunciado por Trump – e os significados de o texto ter sido assinado com outros líderes árabes, sem a presença de Netanyahu e do Hamas. Ele explica qual é o grande desafio para a reconstrução da Faixa de Gaza, onde itens básicos, como água e comida, são escassos para uma população devastada pela guerra.

10/14/25 • 31:12

Convidado: Felipe Recondo, jornalista e pesquisador da história do STF. nunciada na quinta-feira (9), a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso abre caminho para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faça uma nova indicação ao Supremo Tribunal Federal. Indicado pela presidente Dilma Rousseff em 2013, Barroso teria direito a ficar no Supremo até 2033 – quando completará 75 anos. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Felipe Recondo, jornalista que pesquisa a história do Supremo. Recondo retoma qual é o perfil de Barroso, relembra posicionamentos do ministro em julgamentos históricos e aponta o que esperar da Corte a partir de agora. Ele responde quais são as chances de cada um dos nomes mais especulados para a vaga de Barroso. Autor dos livros “Os Onze” e “O Tribuna: como o Supremo se uniu ante a ameaça autoritária”, ele analisa os motivos que levaram Barroso a antecipar sua aposentadoria. E avalia a mudança de perfil dos ministros indicados por Lula ao Supremo – hoje, 4 dos 11 ministros que foram a Corte foram indicados pelo presidente: Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

10/13/25 • 34:31

Convidados: João Miragaya, mestre em História pela Universidade de Tel Aviv e assessor do Instituto Brasil Israel; e Tanguy Baghdadi, professor de Política Internacional e apresentador do podcast Petit Journal. Dois anos depois de os brutais ataques do Hamas matarem 1.200 pessoas no sul de Israel, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo entre o governo israelense e o grupo terrorista. Nesta quinta-feira, o Hamas declarou o fim da guerra e afirmou esperar um cessar-fogo permanente. Do lado israelense, ministros se reuniram e aprovaram o plano de paz. Como parte das negociações, os reféns israelenses sob poder do Hamas desde outubro de 2023 devem ser libertados entre segunda e terça-feira, segundo Trump. Em troca, Israel vai soltar prisioneiros palestinos. Dos dois lados, a expectativa é de que o atual acordo coloque fim a uma guerra que deixou mais de 60 mil palestinos mortos. Direto de Israel, João Miragaya conversa com Natuza Nery para relatar qual a reação da população após o anúncio de acordo entre o governo Netanyahu e o grupo terrorista Hamas. Mestre em História pela Universidade de Tel Aviv e assessor do Instituto Brasil-Israel, Miragaya explica detalhes do cessar-fogo anunciado por Donald Trump, fala de como a libertação dos reféns envolve uma "logística muito complicada" e analisa como pode ser o futuro governo de Gaza. Depois, Natuza recebe Tanguy Baghdadi para explicar por que Trump apresentou um plano de acordo factível neste momento, após dois anos de guerra. Professor de Política Internacional e apresentador do podcast Petit Journal, Tanguy explica como um ataque no Catar, em setembro, mudou os rumos da situação da guerra em Gaza. E responde se o atual acordo representa uma perspectiva de paz duradoura para a região.

10/10/25 • 41:31

Convidado: Felipe Nunes, cientista político, professor da FGV-SP e diretor da Quaest. A partir de janeiro, as pesquisas de opinião apontaram rota de queda na aprovação do presidente. Na linha do tempo das amostras coletadas pela Quaest, o percentual da população que desaprova a gestão de Lula chegou a superar o índice de aprovação em 17 pontos percentuais, em maio. Poucos meses depois, o cenário mudou completamente. Na pesquisa Quaest publicada nesta quarta-feira (8), pela primeira vez em dez meses a avaliação de Lula está em empate técnico. É a continuidade de um movimento que tomou tração com o discurso da soberania nacional, diante das ameaças e do tarifaço imposto por Donald Trump, e que se fortaleceu com as recentes vitórias do governo no Congresso, a exemplo da aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Neste episódio, quem analisa os dados da pesquisa e as movimentações nas placas tectônicas de Brasília é o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor da FGV-SP. Em conversa com Natuza Nery, ele explica a recuperação de Lula entre grupos específicos – quem ganha mais de 5 salários-mínimos, mulheres e eleitores do Nordeste – e aponta os maiores desafios que o petista deve enfrentar para se reeleger.

10/9/25 • 29:54

Convidados: Milena Serafim, professora da Unicamp, e Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé. Presente no dia a dia do brasileiro, o café também ajuda a entender a história de poder e influência no país. No século 19, o café transformou nossa economia. Anos após a Proclamação da República, o Brasil viveu a política do “café com leite”, quando políticos de São Paulo e de Minas Gerais se intercalavam no poder. Em tempos de tarifaço de Donald Trump, o café voltou a ser instrumento de política e diplomacia. Na conversa com o presidente Lula, Trump afirmou estar sentindo falta de produtos brasileiros e, segundo informações da BBC News Brasil, citou diretamente o café brasileiro. Quem explica a importância do café para os americanos, e como o aumento do preço foi sentido pelo consumidor dos EUA, é Marcos Matos, diretor-geral do CeCafé. Em conversa com Victor Boyadjian, Marcos fala sobre a realocação do produto brasileiro em outros países e dá detalhes do aumento das exportações de café para países como Colômbia e México. Antes, a conversa é com Milena Serafim, professora de administração pública da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. Ela relembra como o grão se tornou um cartão de visita do Brasil, mesmo não sendo um produto essencial para a sobrevivência. E responde por que o café brasileiro é um trunfo importante nas negociações entre Estados Unidos e Brasil.

10/8/25 • 30:43

Convidados: Ricardo Abreu, repórter da TV Globo, e Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM. Foram quase 30 minutos de conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump na manhã desta segunda-feira. Semanas depois da “química” entre os dois na reunião da ONU em Nova York, os presidentes do Brasil e dos EUA participaram de uma chamada por videoconferência. Lula pediu que Trump derrube o tarifaço contra produtos e retire as sanções a autoridades do Brasil. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a conversa foi positiva. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, se disse otimista com o fim do tarifaço. Do lado de lá, as reações também foram favoráveis. Em uma rede social, o próprio Trump disse que a conversa foi muito boa, focada em economia e comércio — e prometeu que encontros devem acontecer "em um futuro não muito distante". Em conversa com Victor Boyadjian neste episódio, o repórter da TV Globo Ricardo Abreu relata como foram as preparações para a conversa entre Lula e Trump e o que deve acontecer a partir de agora. "É como se [...] uma vez marcada essa conversa presencial, o jogo zerasse”, diz. Ricardo revela as reações dentro do Itamaraty após o encontro a expectativa para novas tratativas entre os dois presidentes. Depois, Victor fala com Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM. Ele explica o que mudou nos últimos meses desde que Trump impôs o tarifaço sobre produtos brasileiros. E avalia qual será o papel de Marco Rubio nas negociações futuras. Secretário de Estado dos EUA, Trump já defendeu publicamente sanções a governos alinhados à esquerda. "A diplomacia está apostando que agora, com a ordem de Trump, a postura de Rubio possa mudar”, afirma.

10/7/25 • 35:14

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