A sua música respira os ares do barroco mineiro, conduzem à
elegias e é contada como odes.
Na fusão de timbres e sonoridades do jazz, do erudito e do popular,
das raízes e da música contemporânea brasileira,
Silvia Gomes encontra solo firme para seu bailado vocal.
Urbana, vinda do mar montanhoso, num êxodo litoral,
onde há poesias em redemoinhos.
Da tambuzada herdou o lamento e a voz que conduz ao firmamento.
Nascida em Itabirito, criada em Cachoeira do Campo
viveu o ouro de Ouro Preto.
Lá se desfez e refez caminhos, onde a sua musicalidade
passou e logo incorporou a inquietude do urbanismo.
Essa dinâmica é percebida com o som. Seu. Sua.
Ela sabe sambar, sabe dançar, sabe dizer.
Dizer de sua geração. Gerar a música de sua geração.
Se a, ou, virem da canção,
congado, afoxé, samba, maracatu, catopé,...
e em sua voz dizer:
é o som que caminha de sua voz,
é a voz, que é “essa voz”,
que o poeta viu viver (dizer).
Por Mestre Jonas